Por Liza Prado
Uberlândia, a maior cidade do interior de Minas Gerais, amarga uma triste liderança: é a cidade que mais mata mulheres no estado. Em um cenário tão alarmante, qualquer iniciativa de proteção à mulher deve ser fortalecida — jamais desmantelada. Por isso, o recente rompimento do convênio da Polícia Militar com o aplicativo Salve Maria é um retrocesso grave e perigoso.
O Salve Maria foi criado para salvar vidas. Em cinco anos de atuação, registrou mais de 1.400 denúncias e 1.287 acionamentos do botão do pânico. Um recurso rápido, discreto e eficaz, que fez a diferença em inúmeros momentos de desespero e violência.
Ao encerrar o atendimento pelo aplicativo, a Polícia Militar alega questões protocolares e de alinhamento interno. Mas a vida de uma mulher em risco não pode esperar por trâmites burocráticos. O tempo de resposta pode ser a diferença entre a vida e a morte.
Desativar o Salve Maria, na prática, é retirar da mulher vítima de violência uma ferramenta de socorro imediato. É deixá-la mais vulnerável em uma cidade onde a violência de gênero é uma epidemia.
Eu, Liza Prado, junto a tantas mulheres e homens conscientes desta cidade, exijo a retomada imediata do projeto. Não podemos permitir que o medo e a violência avancem enquanto medidas efetivas são desmontadas.
Se é preciso modernizar o aplicativo ou integrá-lo melhor às plataformas oficiais da segurança pública, que assim seja feito — com urgência! Mas não podemos simplesmente cruzar os braços enquanto vidas femininas seguem ameaçadas.
À Prefeitura de Uberlândia, à Polícia Militar de Minas Gerais e ao Governo Estadual, lanço este apelo: resgatem o Salve Maria. Resgatem o compromisso com a segurança das mulheres. Não há tempo a perder.
#SalveMariaSim #NenhumaAMenos