Vereadora aponta ausência em audiência pública e fila de espera de mais de 3 mil para fonoaudiólogo em caso de criança vítima de bullyingA ausência da Secretaria Municipal de Saúde em audiência pública sobre maternidades atípicas foi tão simbólica quanto reveladora. Justamente a pasta mais cobrada por mães e cuidadores não compareceu para prestar esclarecimentos — e também não apresentou justificativa.
Entre os casos expostos, um chamou atenção: uma criança em sofrimento escolar, vítima de bullying, encaminhada para atendimento especializado em fonoaudiologia — mas posicionada além do número 3.000 na fila do SUS. Trata-se de uma espera desumana, que agrava não apenas o quadro clínico da criança, mas o desgaste familiar em torno dela.
A vereadora Liza Prado cobrou, com razão, a priorização no atendimento de crianças com autismo nas unidades de saúde. A falta de sensibilidade e preparo tem levado a episódios de crise durante a espera, dificultando o tratamento e aumentando o sofrimento.
Negligenciar essas crianças é negar futuro. O sistema de saúde precisa enxergar a neurodiversidade não como uma exceção, mas como parte da estrutura que deve ser acolhida com prioridade e dignidade.